Hemicoreia-hemibalismo:
uma manifestação da hiperglicemia
DOI:
https://doi.org/10.29184/1980-7813.rcfmc.1051.vol.19.n2.2024Palavras-chave:
Discinesias, hiperglicemia, coreiaResumo
A hiperglicemia é uma causa rara de hemicoreia-hemibalismo. O termo coreia foi designado para movimentação involuntária, descoordenada, rápida, abrupta, de caráter simples ou mais complexa e com distribuição variável, preferencialmente distal. Já obalismo é marcado por movimentos involuntários, acometendo os membros na sua porção proximal, tendo grande amplitude que leva ao deslocamento das extremidades.A partir de tais conceituações, este relato apresenta o caso de uma paciente do sexo feminino, 87 anos, aposentada, procedente de Campos dos Goytacazes (RJ), que foi admitida no departamento de Clínica Médica do Hospital Ferreira Machado, relatando agravamento do quadro de descoordenação motora (iniciado 15 dias antes do atendimento) em membros superiores e inferiores direitos, com predomínio braquial, associado à presença de desvio da comissura labial.Além disso, a paciente é sedentária, hipertensahá 30 anos e diabéticahá 15. Por isso, o controle glicêmico foi realizado a partir da glicemia capilar, sendo feito pela equipe de enfermagem de seis em seis horas, para o qual foram prescritos: insulina NPH, insulina regular (conforme o protocolo do setor), metformina e glicose hipertônica IV 25% se HGT < 70 mg/dl. Após o tratamento clínico, com HGT = 97mg/dl, a paciente diminuiu intensamente o hemibalismo, recebendo alta hospitalar após duas semanas de internação. A hemicoreia-hemibalismo associada àhiperglicemia (HHAH) é uma doença inconsistente e inconclusiva, com a fisiopatogenia ainda não esclarecida o sufciente. No entanto, apontam que, no estado de hiperglicemia não cetótica, há uma mudança metabólica em direção às vias anaeróbicas, causando a inativação do ciclo do ácido tricarboxílico, forçando o metabolismo cerebral a um desvio de GABA. Por sua vez, isso leva a um estado de acidose metabólica e subsequente disfunção dos gânglios da base, apresentando-se clinicamente como coreia. O tratamento com o objetivo de controle glicêmico foi suficiente para a melhora do quadro, contudo, casos em que perduram os movimentos após a normalização dos níveis séricos de glicose requerem o acompanhamento endocrinológico com um profissional médico para estabilização dos níveis glicêmicos, a fim de evitar a recorrência desse distúrbio.
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