Osteomielite crônica de mandíbula:

relato de caso

Autores

  • Bernardo Rangel Nagamine Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • João Pedro Costa Valadão Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Rafaela Silveira Campos Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Júlio César Casagrande Brunelli Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Oscar Lara Rocha Junior Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p68

Palavras-chave:

Osteomielite, Mandíbula, Infecção Crônica, Manejo de Antimicrobianos

Resumo

A osteomielite é definida como uma inflamação do osso trabecular e medula óssea. Quanto a sua classificação temporal apresenta-se em aguda, caracterizada pela colonização e posteriormente formação do biofilme, processo inflamatório infeccioso e diminuição local do suprimento sanguíneo por aumento da pressão intra-óssea, e a crônica, consequente da ausência ou falha do tratamento, desvitalização da matriz óssea e formação de fistulas. Em casos de cronificação da doença, o local afetado pela baixa vascularização sanguínea evolui para uma necrose isquêmica do osso, resultando na separação de fragmentos desvascularizados, fenômeno conhecido como sequestro ósseo. Um grande problema associado à osteomielite crônica é a permanência dos microrganismos no tecido necrosado por um longo período, principalmente quando o desbridamento do tecido morto é feito de maneira inadequada, dificultando o sucesso terapêutico. Este resumo relata o caso de um paciente que desenvolveu osteomielite crônica em mandíbula após implante dentário. Casos de osteomielite crônica de mandíbula são consideravelmente raros, principalmente quando agentes bacterianos atípicos estão presentes. A investigação clinica deve ser cautelosa, procurando possíveis relações com infecções hospitalares, fraturas, uso descriminado de antibióticos, ou implantes dentários. Para que o tratamento seja assertivo é necessário que o agente infeccioso seja identificado, contribuindo para um tratamento conservador com antibioticoterapia mais eficaz e precisa no combate ao patógeno. Um aspecto importante do caso que exalta a importância de uma abordagem terapêutica mais direcionada é o fato de que abordagens antimicrobianas empíricas, sem um direcionamento correto quanto ao patógeno, podem causar seleção de bactérias resistentes, contribuindo ainda mais na evolução para um estágio crônico da doença. Sexo feminino, 77 anos de idade, sob recomendação de um especialista odontológico realizou implante total da arcada dentária inferior. Após procedimento odontológico, evoluiu para um quadro infeccioso em região ântero-superior direita da mandíbula. Diante do quadro, diversas abordagens terapêuticas e cirúrgicas foram adotadas, porém sem sucesso, cronificando a infecção. Depois de 3 anos sem resolução, consultou com um infectologista, onde foi solicitada a realização de biópsia de fragmento ósseo da mandíbula, confirmando o diagnóstico de osteomielite crônica. Na cultura houve identificação das bactérias Escherichia coli (anexo 1) e Morganella morganii (anexo 2), o que contribuiu para a escolha da droga antimicrobiana baseado nos testes de sensibilidade aos antimicrobianos contendo informações sobre concentração inibitória mínima. O tratamento conservador foi eficaz com melhora clínica e laboratorial. Com o resultado da biopsia de fragmento ósseo, antibiograma e concentração inibitória mínima, o antimicrobiano como um tratamento conservador foi assertivo na cura do paciente.

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Publicado

2024-10-17