Bloqueio simpático venoso na terapêutica da dor crônica em paciente com fibromialgia:
relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p56Palavras-chave:
Dor Crônica, Fibromialgia, Doenças Reumáticas, AnestésicosResumo
A fibromialgia é uma condição caracterizada pela dor musculoesquelética crônica e generalizada, hiperalgesia, alodinia, parestesia, fadiga, além de distúrbios do sono, psiquiátricos e cognitivos. A falta de conhecimento em relação à sua etiologia dificulta o diagnóstico e leva a tratamentos de eficácia reduzida. O bloqueio simpático venoso (BSV) consiste na infusão lenta de fármacos, como a lidocaína, a cetamina e a clonidina, por via venosa. Esse procedimento promove, além do bloqueio simpático, anestesia das terminações nervosas do endotélio vascular, analgesia e vasodilatação, levando à redução ou eliminação álgica. Assim, torna-se uma alternativa terapêutica para alívio das dores crônicas refratárias às terapias convencionais e confere melhor qualidade de vida aos pacientes. Este relato de caso objetiva descrever o tratamento por BSV em uma paciente com fibromialgia, destacando o seu papel e importância na melhora das dores crônicas e, consequentemente, da qualidade de vida e funcionalidade dos pacientes com essa condição. Paciente do sexo feminino, 81 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM) e diagnóstico prévio de fibromialgia, compareceu à consulta com queixa de dor generalizada de alta intensidade, sem melhora com fármacos. Relata início dessas dores há 20 anos, com piora progressiva e refratariedade ao tratamento convencional, levando ao desenvolvimento da dependência de opioides. Após tentativa com diversas opções terapêuticas, atualmente está em uso de trazodona, pregabalina, clonazepam, duloxetina e buprenorfina, com ausência de resposta a um controle álgico satisfatório. Em relação à sintomatologia, a paciente relata dores musculares significativas em ombros, quadril e membros inferiores, alterações cognitivas, fragilidade, queda capilar, polaciúria e insônia. Foi indicada a realização de dois ciclos de BSV, com intervalo de sete dias entre eles, utilizando a lidocaína 3 mg/kg, associada à cetamina 0,2 mg/kg e clonidina 150 mcg, em infusão contínua, durante uma hora e em local monitorado. Posteriormente ao segundo ciclo de BSV, a paciente já evoluiu com melhora parcial das dores crônicas, do humor e dos episódios de insônia, com ausência de efeitos adversos significativos. Nesse cenário, torna-se fundamental reforçar a atenção acerca do BSV como possibilidade terapêutica não convencional, visando o alívio das dores crônicas, a redução do uso desenfreado de opioides e de seus efeitos adversos, bem como a recuperação da qualidade de vida dos pacientes com essa condição.
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