Prevalência de depressão na população em situação de rua de Campos dos Goytacazes e fatores associados
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p8Palavras-chave:
População de rua, Saúde mental, DepressãoResumo
Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), indivíduos que passam por situações difíceis são mais suscetíveis a transtornos depressivos. Sendo assim, pode-se dizer que a população em situação de rua é um grupo com risco considerável de desenvolvê-los. Objetivo: Determinar o perfil da população em situação de rua de Campos dos Goytacazes, bem como a prevalência de depressão neste grupo e os fatores associados a ela. Método: Estudo transversal realizado no período de 12 meses no Centro POP com 108 pessoas atendidas na unidade pela aplicação de um questionário socioeconômico e do inventário de depressão de Beck. Os dados do estudo foram analisados quantitativamente em números percentuais a partir do programa Epidata 3.1. Critérios de inclusão: pessoas em situação de rua maiores de 18 anos que frequentem o Centro POP para atendimento e/ou refeições, que tenham condições físicas e psíquicas para responder aos questionários e aceitem participar do projeto voluntariamente, mediante TCLE. Projeto aprovado no CNPq n° 26899219.0.0000.5244. Resultados e Discussão: Foram abordadas 108 pessoas, sendo 95 questionários válidos. 87,4% dos respondedores eram do sexo masculino; 48,8% de cor preta; 43 (45,2 %) tinham entre 18 e 35 anos; 56,8% está na rua há menos de 2 anos; 58 (61%) estudaram até o ensino fundamental. Com relação à saúde mental dos entrevistados, 82 (86,3%) apresentaram algum grau de depressão, sendo 26 (27,4%) leve (L), 27 (28,4%) moderada (M) e 29 (30,5%) severa (S). Apenas 8% dos moradores que estão na rua entre 3 e 10 anos não possuem depressão. Todos os interrogados que responderam vícios como fatores motivadores para a situação em rua manifestaram akgum grau de transtorno depressivo. A prevalência de depressão foi de 68,42% no grupo que não apresentava vícios, enquanto que este valor foi de 88,14%, 90,57% e 97,44% entre os que usavam cigarro, álcool e outras drogas, respectivamente. Entre os que tinham contato com a família, a prevalência de depressão foi 77,6%, sendo a maioria leve (30,65%), enquanto que no grupo sem contato com a família, a prevalência foi de 95,7%, sendo a maioria severa (41,3%). O índice de depressão encontrado na amostra foi 86,3%, sendo a maioria (30,5%) enquadrada como depressão grave, enquanto que um estudo semelhante, com a população em situação de rua de Belo Horizonte, demonstrou prevalência de 56,3%, sendo a maioria dos casos (26,9%), depressão leve. Conclusões: Este estudo está de acordo com a teoria de que populações vulneráveis estão propensas a desenvolver transtornos depressivos. Nesta amostra, foi encontrada correlação maior entre gravidade da depressão, vícios e contato com a família. A população em situação de rua é um grupo heterogêneo que está mais suscetível que a população em geral a agravos de saúde, uma alternativa inicial seria implementar estratégias que facilitem o acesso dessa população a centros de apoio a saúde mental.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Gabriela Espíndola, Déborah Lessa da Silva, Yasmim de Souza Leite, Gabriela Ferreira Dal Molin

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores do manuscrito submetido aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos, representados aqui pelo autor correspondente, concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem sem ônus financeiro aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos o direito de primeira publicação.
Simultaneamente o trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite copiar e redistribuir os trabalhos por qualquer meio ou formato, e também para, tendo como base o seu conteúdo, reutilizar, transformar ou criar, com propósitos legais, até comerciais, desde que citada a fonte.
Os autores não receberão nenhuma retribuição material pelo manuscrito e a Faculdade de Medicina de Campos (FMC) irá disponibilizá-lo on-line no modo Open Access, mediante sistema próprio ou de outros bancos de dados.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta publicação.
Os autores têm permissão e são estimulados a divulgar e distribuir seu trabalho online na versão final (posprint) publicada pelos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos em diferentes fontes de informação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer tempo posterior à primeira publicação do artigo.
A Faculdade de Medicina de Campos poderá efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, contando com a anuência final dos autores.
As opiniões emitidas no manuscrito são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).