Alta prevalência de depressão em gestantes acompanhadas no Hospital Plantadores de Cana em Campos dos Goytacazes

Autores

  • Renata Baptista de Sant'Anna Faculdade de Medicina de Campos
  • Kennya da Silva Andrade
  • Monica Muniz Manhães
  • Cláudio Rodrigues Teixeira
  • Scheilla Maria Ribeiro Rocha Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p21

Palavras-chave:

Depressão, Gestantes, Edinburgh

Resumo

Introdução: A depressão durante a gestação é muito comum, podendo ser diagnosticada em 1 a cada 2 gestantes e com altas chances de levarem a doença para o puerpério. Seus fatores de risco incluem idade materna, escolaridade, ajuda do companheiro, ser ou não multípara, ter planejado a gestação, pensamentos de aborto, ter feito tratamento psíquico ao longo da vida, eventos estressantes nos últimos dias e ser usuária de drogas lícitas ou ilícitas. Objetivo: Analisar a prevalência de depressão pré-natal em gestantes da cidade de Campos dos Goytacazes/RJ atendidas no Hospital Plantadores de Cana no primeiro semestre de 2022. Métodos: A pesquisa em questão é do tipo transversal, realizada em uma grande maternidade com a inclusão de 378 pacientes gestantes que autorizaram a entrevista. As informações coletadas foram provenientes de um questionário sociodemográfico e da Escala de Edinburgh, adaptada para o período pré-natal. Resultados: O levantamento de dados revelou que a média de idade materna é de 25 ± 6,32 anos e a média de idade gestacional nos dias de entrevista foi de 40 ± 1,41 semanas. Do total, 44,3% das entrevistadas possuem escolaridade de ensino médio completo, enquanto 25,7% possuem ensino fundamental completo e 25,3% ensino fundamental incompleto. Das 79,9% pacientes que não são solteiras, cerca de 88,9% possuem ajuda do parceiro e 90,7% possuem apoio emocional
da família. Entretanto, 49,9% relataram ter sofrido eventos estressantes dias antes da entrevista, sendo que 72,1% das gestantes não planejaram a gestação e 12,2% já tiveram pensamentos de aborto. Com históricos 14,8% afirma que já fez algum tratamento psíquico ao longo da vida e 5,8% relatou fazer tratamento atualmente. Quanto ao uso de drogas lícitas e ilícitas 8,8% se declarou usuária. Após apontadas diferentes respostas adquiridas com os dados sociodemográficos concomitantemente com a Escala de Edinburgh o resultado foi de 24,07%. Discussão: A análise desse projeto fez evidente que o cuidado com a saúde mental das gestantes precisa ser atenciosamente acompanhado, devido à alta taxa de pacientes com o transtorno depressivo. Ao longo do período de coleta das respostas ficou inquestionável que validar o sentimento das pacientes e o olhar humano perante ao sofrimento relatado é fundamental para que o apoio psicoterapêutico se destaque e se aprofunde na conduta individual. Os dados adquiridos com as respostas referentes aos fatores associados indicam que o suporte emocional, o número de gestações e pensamentos de aborto são fortes elementos que contribuem com uma elevada pontuação final. A literatura aponta que um score igual ou maior que 12 na Escala de Edinburgh é definitivo para a depressão. É significativo que a notabilidade deste assunto seja discutida entre psicólogos, psiquiatras, obstetras e direção hospitalar a fim de promover inclusão do suporte psicológico que as gestantes necessitam em período pré-natal para que o estado depressivo não seja levado após o parto. Conclusão: É de importante relevância o adequado rastreio relacionado
à saúde mental de pacientes gestantes, apesar da escassez do serviço especializado nas
maternidades, para o correto diagnóstico e tratamento prévio. O diagnóstico precoce faz-se
necessário em todos os casos para que complicações futuras com mãe e bebê não aconteçam.

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Publicado

2022-12-22