Prevalência da hipertensão arterial em Campos dos Goytacazes e sua relação com a etnia afrodescendente

Autores

  • Valdebrando Lemos Faculdade de Medicina de Campos
  • Aline Pereira Pessanha
  • Fernanda Pinto Torquato
  • Mariana Paes Retameiro Fagundes
  • Raphaela Gomes de Carvalho

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v12022p6

Palavras-chave:

Hipertensão, Ptevalência, Afrodescendente, Etnia

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial é caracterizada por  elevados níveis pressóricos, com pressão  sistólica maior ou igual a 140 mmHg e pressão diastólica  maior ou igual a 90 mmHg.  O inquérito Vigitel, em 2016, mostrou prevalência de 25,7% de hipertensão na população brasileira.  A hipertensão constitui um problema de saúde pública, com riscos de doenças cardiovasculares e alta morbimortalidade. Há fatores como gênero, idade, obesidade, tabagismo, etilismo,  alimentação e etnia. Nos Estados Unidos, os não brancos são mais acometidos. No Brasil, alguns estudos mostram maior prevalência  na população negra, mas também há relação com fatores sociais e econômicos. Objetivo: Conhecer a prevale?ncia da hipertensa?o em adultos de 20 a 84 anos e  se há associação com a população afrodescendente, em Campos-RJ. Relato da experiência:O tamanho amostral mínimo foi calculado em 400 indivíduos, para população adulta projetada em 2021 de 250.000 habitantes. A pesquisa foi feita em lojas, filas de banco, supermercados, mercado municipal, filas de vacinação, “shoppings” e praças públicas, com questionário contendo perguntas relacionadas à hipertensão  e outras variáveis. A pergunta principal era se algum médico ou outro profissional da saúde havia dito ao pesquisado que êle era hipertenso. Foram entrevistados 404 adultos de 20 a 84 anos, com média de idade de 40,68 anos (±16,46), residentes em Campos; 256 (63,4%) do sexo feminino e 148 (36,6%) do sexo masculino; 227 (56,2%) de cor branca e 177 (43,8%) não brancos. Quanto ao estado civil, 174(43,1% eram solteiros,171(42,3%) casados, 35 (8,7%) separados ou desquitados e 24 (5,9%) viúvos. A escolaridade foi de 0 a 7 anos, nível fundamental, em 70 (17,3%); de 8 a 11 anos, nível médio, em 183 (45,3%) e 12 anos ou mais, nível superior, em 151 (37,4%). A renda salarial foi menor que 1 a 1 salário mínimo em 113 (28,0%), maior que 1 a 3 salários em 133 (32,9%) e maior que 3 salários mínimos em 158 (39,1%). A prevalência de hipertensão, foi de 135 (33,42%), intervalo de confiança de 95%, ( 28,8 a 38,04%). Na análise estatística, a hipertensão nos não brancos foi de 45,8% contra 23,8% em brancos, com p < 0,001. Quanto ao estado civil, a hipertensão esteve mais associada aos grupos separados/desquitados e viúvos, com p < 0,001. Também esteve mais associada àqueles com salários maiores, p < 0,001. A menor escolaridade se associou à hipertensão, p = 0,029. A hipertensão esteve mais associada com os de mais idade, quando comparamos um grupo com média de idade de 35,4 anos com um grupo com média de idade de 55,2 anos, p < 0,001(Teste de Wilcoxon). A hipertensão esteve mais associada ao genero masculino,4 2%  contra 28 % no feminino, p = 0,008. Reflexão sobre a experiência: A experiência foi válida e preencheu uma lacuna, pois não conhecíamos a prevalência de hipertensão no município. Também permitiu conhecer a associação com outras variáveis. Conclusões: A prevalência de hipertensão em Campos é alta, 33,42% (28,8 a 38,04%) com IC de 95%, constituindo um alerta para a saúde pública do município, uma vez que se associa a doenças cardiovasculares e complicações como acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e doença renal crônica. O estudo é relevante e mostra dados gerados no município, que refletem nossa realidade.

Downloads

Publicado

2022-12-22

Edição

Seção

Trabalhos originados de projetos de extensão