Artrite Gotosa Crônica com danos articulares severos:

um relato de caso

Autores

  • Gabriel Rodrigues de Souza
  • Raissa Gonçalves da Silveira
  • Robson Vieira da Silva
  • Ricardo de Souza Campos Fernandes Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p46

Palavras-chave:

Gota, Artrite Gotosa, Urato

Resumo

Introdução: A gota pode ser definida por um tipo de artrite inflamatória causada pela deposição de cristais de monourato de sódio devido ao aumento dos níveis de ácido úrico nos tecidos e nas articulações, podendo causar dor intensa, edema e rigidez. A perda da solubilidade do urato monossódico, pelo aumento do ácido úrico, associado a uma queda de temperatura e um pH mais ácido, faz formar cristais, que vão ser fagocitados por macrófagos, levando à crise inflamatória. O aumento do ácido úrico se dá pela ingestão elevada de purinas ou pela sua síntese, associado com a diminuição da excre- ção renal, gerando uma supersaturação de urato e sua cristalização, causando a gota. O quadro clínico caracteriza-se por dor intensa e hiperemia local, iniciado pela manhã, acometendo principalmente a primeira articulação metatarsofalangeana. Sua forma crônica ocorre devido à ação inflamatória persistente com a presença de tofos (estrutura ordenada de cristais de monourato de sódio) que causam erosão e destruição articular, podendo calcificar e infectar. Objetivos: Relatar um caso de artrite gotosa crônica de um paciente com má adesão ao tratamento e com evolução significativa e danos articulares severos. Relato de caso: Masculino, 67 anos, residente de Campos dos Goytacazes - RJ - procurou atendimento na emergência do Hospital Ferreira Machado, na clínica de ortopedia e traumatologia, com queixa de dor no joelho esquerdo, sem história de trauma. Relata que a dor iniciou enquanto dormia, no próprio dia do atendimento. À inspeção, o paciente apresentava tofos gotosos espalhados em ambas as mãos, joelhos, cotovelos e pés. Durante a anamnese, descobriu-se que tratava-se de um caso de artrite gotosa em que o paciente não mantinha aderência ao tratamento. Relatou que aos 50 anos começou a sentir sintomas álgicos nas articulações e, posteriormente, o início da formação dos tofos gotosos. Por conta disso, procurou atendimento médico, e na ocasião, foi diagnosticado com artrite gotosa. A partir disso, iniciou um acompanhamento e tratamento, porém, de forma irregular. Com o advento da pandemia em 2020, abandonou o tratamento totalmente, evoluindo com piora acentuada do seu quadro, encontrando-se nesse estado até o dia do atendimento. O paciente evolui para óbito dias após o atendimento, em decorrência de um evento agudo cardiovascular. Conclusão: Sendo assim, é notório a importância da aderência ao tratamento para evitar a progressão da doença e suas terríveis e irreversíveis consequências articulares. Nosso caso é uma forma rara e incomum de grandes tofos junto com uma destruição articular severa de muitas articulações.

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Publicado

2023-11-11