Pigmentação verde da dentição primária associada à hiperbilirrubinemia no período neonatal
DOI:
https://doi.org/10.29184/1980-7813.rcfmc.99.vol.6.n2.2011Palavras-chave:
dentes verdes, hiperbilirrubinemia, colestaseResumo
Introdução: A pigmentação verde dos dentes é rara, mas causa
muita ansiedade para a criança e seus familiares. Ela resulta de
uma reação dos dentes em desenvolvimento, ao suprimento
sanguíneo rico em bilirrubina. A intensidade e a extensão da
pigmentação variam com os níveis de bilirrubina sérica e a fase da
odontogênese, o que é comprovado pelo acometimento seletivo de
alguns dentes e pela ausência de pigmentação nos dentes definitivos.
Objetivo: Relatar um caso de pré-escolar portadora de dentes
decíduos com pigmentação verde.
Método: Revisão de prontuários médico e odontológico.
Relato de caso: Criança do sexo feminino, dois anos de idade,
leucoderma, admitida em serviço de Odontopediatria para avaliação
da coloração verde de seus dentes. Ao exame clínico, observou-se
coloração verde em todos os elementos dentários decíduos, sendo
esta mais acentuada nos incisivos superiores e inferiores, estando
distribuída com variação em grau de acometimento e extensão, de
acordo com a cronologia da odontogênese. Os tecidos moles
apresentavam-se íntegros e com coloração normal. A criança nasceu
prematura evoluindo com sepsis, severa hiperbilirrubinemia,
policitemia e permanência prolongada em unidade de terapia
intensiva neonatal.
Conclusão: A pigmentação verde dos dentes é uma entidade
incomum exigindo conduta terapêutica individualizada e o
reconhecimento da etiologia, que na maior parte dos casos remonta
a severos episódios de hiperbilirrubinemia no período neonatal
causados por sepsis, incompatibilidade sanguínea ou atresia de
vias biliares. A policitemia como possível fator coadjuvante é pela
primeira vez relatada.