Emprego de agentes nootrópicos no aprendizado e cognição nos alunos do primeiro ao quarto ano de medicina da Faculdade de Medicina de Campos
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p21Palavras-chave:
Aprimoramento cognitivo, Estudantes, Fármacos nootrópicos, PsicoestimulantesResumo
Os nootrópicos, comumente referidos como "fármacos da inteligência", são substâncias que estimulam o sistema nervoso central, potencialmente melhorando a concentração e o foco. Entre os principais representantes dessa categoria estão o Metilfenidato, as Anfetaminas, o Piracetam e a Cafeína. Tradicionalmente utilizados no tratamento de transtornos como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Alzheimer e esquizofrenia, esses agentes têm apresentado um aumento significativo no uso entre estudantes de medicina. A crescente demanda por desempenho acadêmico aprimorado tem levado esses estudantes a recorrer aos nootrópicos para melhorar a concentração e, consequentemente, o desempenho nos estudos. Neste contexto, este trabalho objetiva avaliar o uso de nootrópicos no processo de aprendizagem e na cognição de discentes do primeiro ao quarto ano da Faculdade de Medicina de Campos. Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, no qual foram aplicados questionários a um total de 416 alunos, analisando suas motivações, padrões de uso, impacto no desempenho acadêmico, percepções de riscos e benefícios, fontes de informação e conscientização dos impactos na saúde mental. Os resultados indicaram que a grande maioria dos estudantes dessa instituição não faz uso de nootrópicos (84,7%). Observou-se também que os alunos que os utilizam estão em períodos mais avançados (7° e 8° período) e têm maior clareza sobre as peculiaridades dessa classe farmacológica. Além disso, foi notado que muitos participantes conhecem colegas que usam essas medicações para auxiliar nos estudos, sendo a principal motivação a melhoria da concentração (43,9%). Outro dado relevante é que, mesmo entre os alunos dos últimos períodos, as informações sobre tais fármacos foram obtidas predominantemente através da internet (40,3%) e de amigos (31,6%), e não de professores ou do ambiente acadêmico (11,2%). Apesar de acreditarem que essa classe medicamentosa pode auxiliar no desempenho acadêmico, os entrevistados não recomendariam seu uso sem indicação clínica. À luz desses fatos, sabe-se que a procura por nootrópicos experimentou um aumento substancial devido à alta demanda e sobrecarga durante o período do estudo no curso de medicina conforme indicado pela literatura anterior. Assim, essa tendência é ainda apoiada pelas conclusões do presente trabalho, que revela uma maior prevalência de uso de nootrópicos entre os estudantes à medida que progridem nos anos acadêmicos. Em conclusão, este estudo fornece uma contribuição valiosa para a compreensão do uso de nootrópicos. Dessa forma, é importante destacar a necessidade de instituições fornecerem informações mais claras sobre esse assunto, pois muitos entrevistados que não fazem uso desses fármacos, desconhecem suas funções.
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