Observatório de meningites em Campos:

monitoramento das ações preventivas e das intervenções terapêuticas

Autores

  • Rachel Bittencourt Ribeiro Rodrigues Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Rafaela Henriques Paes Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Annabelle Ferreira de Souza Alves Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Renato Faria Gama Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p37

Palavras-chave:

Medicina, Meningite, Prevalência

Resumo

Meningite é o processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal, e pode ser causada por vários agentes infecciosos como bactérias, vírus e fungos. É de notificação compulsória e fazem parte das Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP), sendo passíveis de prevenção por meio da imunização. A vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção da doença, sendo específica para determinados agentes etiológicos. São utilizadas na rotina para imunização de crianças menores de 1 ano e estão disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação da Criança do Programa Nacional de Imunizações. Este trabalho apresenta um estudo epidemiológico realizado em Campos dos Goytacazes e análise do impacto da introdução das vacinas contra meningite no Programa Nacional de Imunização no município. Esta é uma pesquisa do tipo transversal, onde os dados foram coletados a partir de fonte primária fornecida pela Vigilância Epidemiológica de Campos dos Goytacazes, através de pesquisa no sistema SIPNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização) e no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), que gera a base de dados de notificações compulsórias. Foram coletadas informações da incidência de meningite e quantitativo absoluto de doses vacinais do ano de 2022. Além disso, serão entrevistados, oralmente, atores relacionados ao processo de acolhimento, diagnóstico, tratamento, imunização e gestão epidemiológica das meningites no modelo grupo focal. O coeficiente de incidência das meningites no período de 2013 a 2019 foi de 14,54/100.000 habitantes, e durante o período de 2020 a 2022, coincidindo com a pandemia de COVID-19, houve uma redução para 6,92/100.000 habitantes. Essa queda podem ser justificadas pela possibilidade de que casos de meningite em pacientes com COVID-19 tenham sido notificados apenas como COVID-19 ou pela redução da transmissibilidade devido às medidas de isolamento social. Em 2020, foi observado um aumento significativo na imunização com a vacina Pneumo 23, pois um maior número de doses foi disponibilizado para o município. De acordo com a entrevista, foi possível observar que a meningite é uma doença comum no município com 20 notificações de casos suspeitos, sendo 13 confirmados, 6 descartados e 1 sem especificação em 2024. O agente mais comum é o Pneumococo e os adultos são os mais acometidos devido a vacinação contra este agente ter sido introduzida em 2010 para crianças até 1 ano. Foi evidenciado a dificuldade para notificar os casos e quando notificados o preenchimento incompleto das informações necessárias para levantamento epidemiológico. Sobre a vacinação vale destacar a necessidade de atualizar a o Calendário de Vacinação. Este estudo pode contribuir para a avaliação e controle das políticas públicas relacionadas ao enfrentamento das meningites.

Downloads

Publicado

2024-10-17

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)