Desafios da Saúde Pública na prevenção de meningites em Campos dos Goytacazes:
um estudo epidemiológico situacional
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p38Palavras-chave:
Epidemiologia, Meningite, MedicinaResumo
As meningites são processos infecciosos das leptomeninges, cuja gravidade varia de acordo com o
agente etiológico, faixa etária e status imunológico do paciente. Essas patologias são de notificação
compulsória e fazem parte das Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP), sendo passíveis de
prevenção por meio da imunização. No calendário vacinal brasileiro, destacam-se as vacinas contra
Haemophilus influenzae tipo B, introduzida em 1999, e contra meningococo C conjugada, introduzida
em 2010, além da vacina ACWY para adolescentes em 2017. Este artigo apresenta um estudo
epidemiológico realizado em Campos dos Goytacazes, que visa aprimorar as estratégias de execução
das políticas públicas para o enfrentamento das meningites. O coeficiente de incidência das
meningites no período de 2013 a 2019 foi de 14,54/100.000 habitantes, e durante o período de 2020
a 2022, coincidindo com a pandemia de COVID-19, houve uma redução para 6,92/100.000
habitantes. Duas hipóteses são apresentadas para justificar essa queda: a possibilidade de que casos
de meningite em pacientes com COVID-19 tenham sido notificados apenas como COVID-19,
especialmente nos casos fatais, e a redução da transmissibilidade devido às medidas de isolamento
social. É possível inferir que as políticas públicas introduzidas ao longo de duas décadas tiveram
pouco impacto na morbidade antes do período pandêmico, considerando-se que um estudo anterior
entre 2003 e 2006 registrou uma incidência de 9,95/100.000 habitantes. Em 2020, foi observado um
aumento significativo na imunização com a vacina Pneumo 23, quando um maior número de doses
foi disponibilizado para o município, demonstrando a capacidade logística e de pessoal para
ampliação da vacinação caso haja maior disponibilidade de doses pelo governo federal. Os resultados
deste estudo podem contribuir para a avaliação e controle das políticas públicas relacionadas ao
enfrentamento das meningites, e propõe-se a formação de uma comissão envolvendo diversos
segmentos da sociedade para conscientização, aprimoramento técnico, mobilização de recursos
humanos e logísticos, e acompanhamento contínuo dos resultados.
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