Impacto das técnicas cirúrgicas na perda de peso e controle da obesidade:
um estudo de coorte retrospectivo
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p49Palavras-chave:
Bypass, Sleeve, ObesidadeResumo
A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde como um distúrbio no qual o acúmulo excessivo de gordura corporal que atinge uma extensão que pode afetar adversamente a saúde. Estudos alertam para as consequências clínicas, como a forte associação com diabetes mellitus tipo 2, com patologias cardiorrespiratórias bem como a alta incidência de câncer nessa população. As técnicas cirúrgicas para controle da obesidade mais utilizadas são divididas em não derivativas (banda gástrica e gastrectomia vertical), que são menos agressivas pois não desviam o trânsito gastrointestinal e não diminuem a absorção intestinal, e as derivativas (by-pass em y de roux e as derivações biliopancreáticas horizontal e com duodenal switch), que possuem riscos específicos devido ao maior grau de alteração fisiológica, onde podem chegar a desviar 95% do trajeto estômago/duodeno. O by-pass gástrico e o sleeve (gastrectomia vertical) se destacam na atualidade pela rápida redução de peso e pelo menor índice de complicações, proporcionando uma melhora na qualidade de vida e ainda realizando um controle metabólico. Realizar uma análise comparativa das técnicas cirúrgicas quanto a perda de peso ao final de 3 consultas no pós operatório. Trata-se de um estudo coorte retrospectivo realizado no município de Campos dos Goytacazes/RJ, Brasil. Foi utilizada a plataforma Redcap para adicionar dados relevantes dos pacientes submetidos às diferentes técnicas cirúrgicas em um hospital terciário, entre 2010 e 2022. Foram utilizadas informações provenientes dos prontuários Foram excluídos menores de 18 anos e pacientes oncológicos. Foram incluídos 591 pacientes, sendo aproximadamente 80% do sexo feminino, cirurgia de bypass gástrico foi realizada em 76,6% (444) dos pacientes, enquanto a sleeve correspondeu a 23,4% (136). Notou-se que o índice de massa corporal (IMC) médio no pré-operatório dos que foram submetidos ao by-pass gástrico foi de 44,8 kg/m2 enquanto ao sleeve foram de 43,2 kg/m2. No pós-operatório, com a técnica sleeve em 3 meses houve uma queda de 15% do IMC, em 6 meses de 22% e com 1 ano de 33%. Nesse mesmo período, a técnica bypass gástrico em 3 meses obteve uma redução de 12% do IMC, em 6 meses de 20% e 1 ano de 28%. Tanto percentualmente quanto em cálculo de index, o sleeve apresentou maior perda de peso nos pacientes. Uma revisão retrospectiva realizada em 2015 por Huang et al. com pacientes que possuíam IMC > 32 kg/m2 submetidos à cirurgia bariátrica pela técnica de bypass ou sleeve demonstrou que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos comparando o IMC e a porcentagem média de perda de peso em 1 ano. Dessa forma, apesar de ambas técnicas permitirem a perda de peso nos pacientes, vários critérios devem ser avaliados para decisão da técnica cirúrgica, entre eles estão IMC (≥40 ou ≥35 com comorbidades), idade (entre 18 e 65 anos), 2 anos de tratamento clínico insatisfatório, hábitos e doenças associadas e tempo de doença. Ambas as técnicas são eficazes e fundamentadas no controle cirúrgico da obesidade, no decorrer do recém estudo houve uma maior perda de peso nos primeiros meses na técnica de sleeve, entretanto ao final de um ano os pacientes apresentaram IMC semelhantes entre si confirmando os dados encontrados nas bases literárias. Ademais, além dos métodos cirúrgicos é essencial o acompanhamento multidisciplinar no processo de perda de peso e na mudança do estilo de vida.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Pedro Cardoso Siqueira Albernaz, Maressa Pereira Pessanha, Tífany Bartolomeu da Silva, Luiz Clóvis Parente Soares

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores do manuscrito submetido aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos, representados aqui pelo autor correspondente, concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem sem ônus financeiro aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos o direito de primeira publicação.
Simultaneamente o trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite copiar e redistribuir os trabalhos por qualquer meio ou formato, e também para, tendo como base o seu conteúdo, reutilizar, transformar ou criar, com propósitos legais, até comerciais, desde que citada a fonte.
Os autores não receberão nenhuma retribuição material pelo manuscrito e a Faculdade de Medicina de Campos (FMC) irá disponibilizá-lo on-line no modo Open Access, mediante sistema próprio ou de outros bancos de dados.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta publicação.
Os autores têm permissão e são estimulados a divulgar e distribuir seu trabalho online na versão final (posprint) publicada pelos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos em diferentes fontes de informação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer tempo posterior à primeira publicação do artigo.
A Faculdade de Medicina de Campos poderá efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, contando com a anuência final dos autores.
As opiniões emitidas no manuscrito são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).