Comparação de alterações laboratoriais entre adultos e crianças com dengue
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p20Palavras-chave:
Dengue, Pediatria, PlaquetasResumo
Introdução: A infecção por dengue é uma importante arbovirose transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti em países tropicais e subtropicais, além de constituir uma significante causa de morbidade e mortalidade. O atendimento ao paciente com suspeita dessa arbovirose deve constar com uma anamnese detalhada, com data de início dos sintomas e pesquisa de achados laboratoriais que sugerem a possibilidade de o paciente evoluir para a forma grave da doença. Objetivos: Comparar achados laboratoriais entre 63 crianças até 12 anos e 1022 adultos, todos com exames positivos por sorologia ou antígeno para dengue no período de janeiro a junho de 2023 em Campos dos Goytacazes no Centro de Referência de Doença Imuno-Infecciosas (CRDI). Métodos: Foram obtidos os resultados bioquímicos a partir dos exames laboratoriais coletados, com parâmetros de relevância para dengue: hematócrito, leucócitos, plaquetas, VHS, TGO e TGP. Este estudo se caracteriza como observacional, longitudinal e retrospectivo. Resultados: A prevalência foi maior em adultos do sexo feminino e crianças do sexo masculino. O exame sorologia IgM para dengue realizado no 9°dia foi responsável pela maior confirmação de casos. Os adultos tiveram uma maior oscilação de plaquetas e um nível de plaquetopenia mais baixo que as crianças. Sendo 40,2% de plaquetopenia nos adultos, e somente 14,23% em crianças. Dentre as enzimas hepáticas a que mais se alterou foi o AST em ambos os grupos analisados, correspondendo a um aumento em 73% dos casos nas crianças e 77,9% em adultos. Os leucócitos apresentaram maior variação em adultos, atingindo uma leucopenia mínima de 1000 e 2000 em crianças. Mais da metade dos adultos (52,5%) apresentaram leucopenia, enquanto apenas 33,3% em crianças. A leucocitose é uma alteração rara ou inexistente para ambos os grupos. Discussão: A maioria das crianças (84,2%) infectadas tinham 7 anos ou mais. Conforme conhecido na literatura, as alterações mais comuns foram trombocitopenia e leucopenia. Em contrapartida, as manifestações hemorrágicas são mais comuns em adultos. Além disso, uma alteração relevante encontrada nesse trabalho foi a alta prevalência de aumento de AST nos grupos analisados. O quadro clínico em crianças é mais brando e subdiagnosticado, além de apresentar uma menor alteração laboratorial na maioria dos parâmetros analisados na dengue. A dificuldade de expressão e comunicação dos sintomas clínicos nas crianças, além do maior número de diagnósticos diferenciais de infecções virais pode influenciar nas notificações. Devido a isso, é importante um rastreamento clínico e laboratorial em procura dos sinais de alarme e gravidade que podem se manifestar sem outros sintomas detalhados em crianças, apesar de menos prevalentes. Conclusão: Com base nesses resultados, este estudo demonstrou diferenças significativas nas apresentações laboratoriais e consequentemente na gravidade da doença entre adultos e crianças acometidas pela dengue.
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