Perfil laboratorial dos pacientes na epidemia de dengue em Campos dos Goytacazes RJ

Autores

  • Luma Pereira Pedra
  • Luiza Branco Lopes Côrte Real
  • Ellen de Brito Oliveira dos Santos
  • Emilly Chagas Barros Martins
  • Luiz José de Souza Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p22

Palavras-chave:

Dengue, laboratório, incidência

Resumo

Introdução: No último ano e no primeiro semestre de 2023, foi observado o aumento do número de casos de dengue, principalmente em países da américa. Atualmente estima-se que metade da população mundial encontra-se em risco de infecção pelo vírus da dengue. Objetivos: Realizar o levantamento dos exames laboratoriais de 1022 pacientes com diagnóstico positivo para dengue a fim de identificar as principais alterações apresentadas. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, longitudinal e retrospectivo realizado durante os meses de janeiro a junho de 2023. A amostra analisada constituiu-se dos resultados bioquímicos dos seguintes fatores relevantes para diagnóstico e prognóstico da dengue: hematócrito, leucograma, plaquetograma, níveis de aspartato aminotransferase (AST) alanina aminotransferase (ALT) e Velocidade de Hemossedimentação (VHS). Resultados: Através da análise de exames laboratoriais dos 1022 pacientes com diagnóstico positivo para dengue, sendo 59,5% do sexo feminino e 40,5% do sexo masculino, observou-se que as plaquetas encontram- -se abaixo dos valores de referência em 410 pacientes (40,2%), normais em 605 (59,2%) e aumentadas em 6 pessoas (0,6%). O menor valor de plaquetas foi de 5.000 /µL. Com relação aos leucócitos, a leucopenia foi encontrada em 536 pacientes (52,5%), normalidade em 468 (45,9%) e leucocitose em 16 doentes (1,6%). Pôde-se ainda avaliar que com relação aos marcadores hepáticos, o AST encontrou-se aumentado em 789 pessoas (77,9%) e nos valores de normalidade em 223 (22,1%), já o ALT teve valores acima do esperado em 415 pacientes (41,1%) e normais em 594 (58,9%). Avaliando hemoconcentração e marcador inflamatório, respectivamente, o hematócrito foi menor que o esperado em 471 pessoas (46,2%), normal em 539 (52,8%) e alto em 11 indivíduos (1%), e a velocidade de hemossedimentação (VHS) das hemácias esteve aumentado em 456 pacientes (45,9%) e normal em 537 (54,1%). Discussão: Os resultados dessa análise evidenciam a relevância de pesquisar as principais variações laboratoriais em casos confirmados de dengue. Tais alterações são de extrema importância para a classificação dos pacientes em níveis de gravidade e também para avaliação prognóstica e acompanhamento, visto que, dos 1022 exames analisados 968 apresentaram alteração de pelo menos um dos fatores estudados. Dessa forma, relacionar aspectos clínicos e laboratoriais e interpretá-los corretamente é crucial para a determinação do desfecho da doença. Conclusão: As principais alterações laboratoriais encontradas durante o quadro viral em questão foram a plaquetopenia (40,2%) e a leucopenia (52,5%). Outras variações encontradas foram a VHS tocada e os marcadores hepáticos (AST/ALT) aumentados na maioria dos pacientes, predominando o aumento do AST (77,9%) em relação ao ALT (41,1%). Diferente do esperado nos pacientes com dengue, houve predominância na redução de hematócrito, entretanto, tais valores não foram comparados com exames prévios dos pacientes para averiguar se houve aumento de 20% de hematócrito.

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Publicado

2023-11-11

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