Quilotórax em paciente com Linfoma não-Hodgkin

Autores

  • Gabriel de Souza Waldemiro
  • Luísa Henriques Almeida de Souza
  • Maria Lauane Ferreira Rodrigues
  • Mariana Neto Pessanha
  • Luiz Clovis Parente Soares Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p54

Palavras-chave:

Quilotórax, Derrame Pleural, Linfoma não Hodgkin

Resumo

INTRODUÇÃO: O quilotórax é o tipo de derrame pleural caracterizado pelo acúmulo de linfa. Usualmente, os sintomas são insidiosos, mas quando ocorre um acúmulo rápido de líquido, pode gerar taquipnéia, taquicardia, hipotensão e choque. O diagnóstico é feito a partir da dosagem de triglicérides no líquido pleural obtido na toracocentese maior que 110 mg/dl. No que concerne à fisiopatologia, o quilotóraxocorre devido a obstrução e/ou dificuldade no escoamento da linfa e laceração do ducto torácico, tendo como umas das principais etiologias as neoplasias, infecções, trauma e trombose venosa. Quanto a etiologia neoplásica do quilotórax, os linfomas são maior parte. OBJETIVO: Relatar a ocorrência de um derrame pleural quiloso em paciente com linfoma não-hodgkin. METODOLOGIA: Informações foram baseadas na revisão da literatura e do prontuário do paciente. RELATO DE CASO: Masculino, 59 anos, com histórico familiar de neoplasia de próstata. Em fevereiro de 2023, o paciente queixava-se de aumento do volume abdominal, bem como edema de pênis e bolsa escrotal além de emagrecimento. Em abril, realizou a biópsia de um linfonodo cervical o qual o exame de imuno-histoquímica evidenciou proliferação linfoide com atipias citoarquiteturais. No início de junho, o paciente foi admito na enfermeira de oncologia clínica do hospital, onde foram solicitados exames laboratoriais e de imagem, que demonstraram adenomegalias abdominais e ascite e, posteriormente, realizou a paracentese de alívio. Dias depois, novos exames de imagem mostraram velamento do hemitórax esquerdo. O paciente apresentava dispneia em repouso com tiragem de fúrcula esternal, sem tolerância ao decúbito. Foi encaminhado para a cirurgia torácica, onde realizou a drenagem pleural com saída inicial de 2,4L de líquido leitoso sugestivo de quilotórax. Na enfermaria de oncologia clínica recebeu a combinação de tratamento para linfomas conhecida como R-CHOP (Rituximabe, Doxorrubicina, Ciclofosfamida e Vincristina). Apresentou melhora, recebeu alta e foi encaminhado para acompanhamento ambulatorial. CONCLUSÃO: Conclui-se que o Linfoma não Hodgkin é um tipo de neoplasia não traumática que frequentemente gera complicações no ducto torácico e, como resultado ocasiona o quilotórax. Assim, é fundamental que os pacientes com Linfoma não Hodgkin sejam acompanhados de perto por uma equipe médica apta para identificar e tratar qualquer complicação potencial, incluindo o derrame pleural.

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Publicado

2023-11-11