Transtornos psiquiátricos em pacientes pediátricos pós-contexto pandêmico e sua interferência no rendimento escolar
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p37Palavras-chave:
COVID-19, Crianças, Transtornos psiquiátricosResumo
Introdução: Dentre os fatores associados à ocorrência de transtornos psiquiátricos na população infanto-juvenil, estão inclusos fatores psicossociais, os quais estão relacionados a disfunções na vida familiar e situações indutoras de estresse. Com o advento da pandemia da Covid-19, a adoção de medidas de prevenção e controle da infecção, provocou uma série de mudanças na vida das crianças e adolescentes. Sendo assim, esse cenário possibilitou o agravamento e surgimento de transtornos psiquiátricos nessa faixa etária. Objetivo: Realizar uma pesquisa em uma escola pública da rede municipal de Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro, a fim de rastrear possíveis transtornos psiquiátricos em crianças e relacionar com sintomas comportamentais após pandemia da COVID-19 e seus desdobramentos no que tange ao rendimento escolar. Métodos: Essa é uma pesquisa observacional, do tipo transversal, que está sendo realizada desde fevereiro de 2023 e será encerrada até novembro deste mesmo ano. Os dados estão sendo coletados por meio do Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), mediante autorização dos pais. O Questionário de Capacidades e Dificuldades na Infância (SDQ) é um instrumento de triagem diagnóstica e avaliação da saúde mental de crianças e adolescentes, composto por 25 itens subdivididos em cinco subescalas de cinco itens cada, medindo hiperatividade, sintomas emocionais, sintomas de problemas de conduta, relacionamentos interpessoais e comportamento pró-social. Foi utilizado também o suplemento de impacto que avalia o comprometimento causado pelos sintomas. A versão do questionário utilizada na pesquisa é específica para autorrelato por pais e/ou professores (crianças de 03 a 16 anos). Foram preenchidos corretamente 107 questionários. Resultados: O suplemento de impacto mostrou que 14% dos escolares apresentam dificuldades que interferem no rendimento escolar, 10,3% dessas dificuldades incomodam e aborrecem a criança e 5,6% interferem nas amizades. O índice de reprovação no ano de 2022 aumentou em 16,7% ao compararmos com o ano de 2019. Além disso, foram identificadas pontuações elevadas em 9,3% para hiperatividade, 7,5% para problemas de conduta, 1,9% para problemas com colegas, 1,9% para comportamento pró-social e 0,93% para sintomas emocionais. A média de idade foi de 10,06 anos, sendo 54,2% das crianças do sexo feminino e 45,8% do sexo masculino. Comparando os gêneros, notamos que os meninos obtiveram pontuações mais elevadas do que as meninas, especialmente na subescala de hiperatividade. Conclusão: Estudos indicam uma concordância diagnóstica com os resultados do teste SDQ com a avaliação clínica realizada por profissionais com experiência em psiquiatria da infância e adolescência. As frequências encontradas neste estudo são muito próximas das frequências obtidas em estudos epidemiológicos na infância para sintomas emocionais, para problemas de conduta e para hiperatividade. No entanto, ao compararmos os resultados deste estudo com estudos similares pré-pandemia, notamos um aumento exponencial do comprometimento causado pelos sintomas indicativos de transtornos mentais na infância, principalmente em relação a piora do rendimento escolar.
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