Sepse em queimados:

análise multifatorial dos pacientes internados em um hospital em Campos dos Goytacazes-RJ

Autores

  • Paula Ney Teixeira
  • Bárbara Citelis Silva Vargas
  • Elbo Batista Júnior
  • Valmir Laurentino Silva Faculdade de Medicina de Campos (FMC)

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p24

Palavras-chave:

Sepsis, Queimadura, Infecção

Resumo

Introdução: Sepse é a principal causa de morte em pessoas com queimaduras graves. As queimaduras ocasionam diferentes graus de destruição da pele e contêm diversas etiologias e classificações. Aproximadamente um milhão de pessoas por ano são vítimas de queimaduras no Brasil e, entre essas, cem mil procuram atendimento hospitalar. Sepse é definida como uma disfunção orgânica que ameaça a vida, causada por desregulação da resposta imunitária frente à infecção grave. Dentre as causas mais atribuídas ao desenvolvimento do quadro, estão inclusas: perda da integridade da pele, deterioração do sistema imunológico, hospitalização prolongada e procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos. Objetivos: Determinar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes queimados internados que evoluíram ou não para sepse em um hospital público de Campos dos Goytacazes - RJ. Métodos: Estudo observacional descritivo, de caráter retrospectivo de série temporal, quantitativo e qualitativo. Após aprovação do Comitê de Ética da FMC, os dados foram obtidos através de análise de prontuários do período de janeiro de 2017 a julho de 2023. Os seguintes critérios de exclusão foram empregados: prontuários incompletos e prontuários de pacientes com idade inferior a 18 anos. Resultados: E Discussão: Conforme a disponibilidade de análise exequível até o presente momento, 9 pacientes foram internados com esse diagnóstico. Dentre esses, 33,3% na Unidade de Terapia Intensiva e 66,6% na enfermaria. O perfil das vítimas foi de 54% homens e 45% mulheres, com faixa etária variando de 20 a 66 anos. A etiologia foi, majoritariamente, térmica em 90% dos casos, e apenas 10% de natureza elétrica. Acerca do grau de profundidade, houveram 44% de 1º grau, 100% de 2º grau e 66% de 3º grau, sendo todos com mais de um grau de acometimento concomitante. Apenas dois pacientes realizaram cultura, sendo Pseudomonas aeruginosa encontrada em ambos e em um, Enterobacter cloacae. Foram submetidos à terapia antimicrobiana 45% dos pacientes, tendo feito uso de: amoxicilina + clavulanato, oxacilina, cefalotina, cefalexina, ciprofloxacino, piperacilina + tazobactan, meropenem, vancomicina, teicoplanina e polimixina B. Todos fizeram uso de mais de um tipo de antibiótico. O período de internação variou de 4 a 114 dias, com média de 31 dias de internação. Em relação ao desbridamento, foi realizado em 45% dos casos, e em apenas um paciente, feito enxerto de pele. Somente 22% evoluíram com sepse, não houve registro de óbito e todos obtiveram alta por melhora clínica. Conclusão: Baseando-se nos resultados preliminares, o presente estudo constatou a eficácia no manejo de queimados, visto que a minoria desses evoluiu para quadro séptico durante a hospitalização e não houve óbito. Ademais, foi demonstrado que a maioria demandou apenas de cuidados de enfermaria e que todos aqueles que necessitaram de suporte intensivo fizeram uso de antibióticos. Dessa maneira, é imprescindível o manejo correto das queimaduras e suas complicações, para que seja alcançado um prognóstico favorável.

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Publicado

2023-11-11

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