Aspectos epidemiológicos das internações por dengue no município de Campos dos Goytacazes
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p16Palavras-chave:
Dengue, Epidemiologia, Medicina Tropical, Saúde PúblicaResumo
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 3,9 bilhões de pessoas estão em risco de contrair a infecção pelo vírus da dengue. Embora a maioria das infecções primárias sejam assintomáticas ou leves, as infecções subsequentes, podem ser muito graves e, por vezes, fatais sem o tratamento adequado de suporte. Nesse contexto, buscou-se analisar os aspectos epidemiológicos das internações por dengue no município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com análise quantitativa, das internações hospitalares ocorridas devido à dengue clássica e hemorrágica, segundo o local de residência no período de março de 2019 a março de 2024. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, sendo analisadas as seguintes variáveis: número de internações segundo o ano de atendimento, sexo, faixa etária categorizada, cor/raça, quantidade de óbitos, incidência, letalidade, gastos das internações hospitalares, média de permanência das internações e taxa de mortalidade. As análises descritivas foram realizadas com o Software Excel, sendo apresentadas por medidas de frequência absoluta e relativa. Este estudo baseou-se em dados secundários, portanto, não envolveu informações nominais, dispensando a necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme estabelecido na Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Foram registradas 437 internações, sendo 417 por dengue clássica e 20 pela forma hemorrágica. A maioria foi no ano de 2023 (45,08%) e de 2024 (46,68%), entre mulheres (54,00%), na faixa etária de 20 a 39 anos (30,43%) e na cor/raça parda (58,35%). O ano com maior número de óbitos foi 2023 (44,44%), a maior incidência foi no ano de 2024 (42 internações a cada 100 mil habitantes) e a maior letalidade foi no ano de 2022 (17%). Os dados evidenciaram que o valor total das internações por dengue clássico (R$200.731,56) foi maior quando comparado a forma hemorrágica (R$15.775,87) e o valor médio da internação foi maior nas formas hemorrágicas (R$788,79). A média de permanência das internações por dengue clássica (3,2 dias) foi maior e a taxa de mortalidade foi maior nas formas hemorrágicas (15,00%). Evidencia-se um aumento significativo nas internações por dengue, com predominância da forma clássica, especialmente entre mulheres jovens de cor/raça parda. Embora a forma hemorrágica represente uma parcela menor, ela demanda maior custo médio por internação e apresenta uma taxa de mortalidade preocupante. A análise aponta para a necessidade de medidas preventivas e de tratamento mais eficazes, visando reduzir tanto os custos quanto o impacto na saúde pública.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Thaís Aparecida de Castro Palermo, Sara Ferreira de Souza Curcio, Taynara Caroline de Jesus dos Santos, Rebeca Prata Teixeira dos Santos Peixoto, Maria Alice Camargo Poncio, Maria Luísa Lobo Leandro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores do manuscrito submetido aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos, representados aqui pelo autor correspondente, concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem sem ônus financeiro aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos o direito de primeira publicação.
Simultaneamente o trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite copiar e redistribuir os trabalhos por qualquer meio ou formato, e também para, tendo como base o seu conteúdo, reutilizar, transformar ou criar, com propósitos legais, até comerciais, desde que citada a fonte.
Os autores não receberão nenhuma retribuição material pelo manuscrito e a Faculdade de Medicina de Campos (FMC) irá disponibilizá-lo on-line no modo Open Access, mediante sistema próprio ou de outros bancos de dados.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta publicação.
Os autores têm permissão e são estimulados a divulgar e distribuir seu trabalho online na versão final (posprint) publicada pelos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos em diferentes fontes de informação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer tempo posterior à primeira publicação do artigo.
A Faculdade de Medicina de Campos poderá efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, contando com a anuência final dos autores.
As opiniões emitidas no manuscrito são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).