Aspectos epidemiológicos das internações por dengue no município de Campos dos Goytacazes

Autores

  • Thaís Aparecida de Castro Palermo Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Sara Ferreira de Souza Curcio Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Taynara Caroline de Jesus dos Santos Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Rebeca Prata Teixeira dos Santos Peixoto Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Maria Alice Camargo Poncio Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Maria Luísa Lobo Leandro Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p16

Palavras-chave:

Dengue, Epidemiologia, Medicina Tropical, Saúde Pública

Resumo

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 3,9 bilhões de pessoas estão em risco de contrair a infecção pelo vírus da dengue. Embora a maioria das infecções primárias sejam assintomáticas ou leves, as infecções subsequentes, podem ser muito graves e, por vezes, fatais sem o tratamento adequado de suporte. Nesse contexto, buscou-se analisar os aspectos epidemiológicos das internações por dengue no município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com análise quantitativa, das internações hospitalares ocorridas devido à dengue clássica e hemorrágica, segundo o local de residência no período de março de 2019 a março de 2024. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, sendo analisadas as seguintes variáveis: número de internações segundo o ano de atendimento, sexo, faixa etária categorizada, cor/raça, quantidade de óbitos, incidência, letalidade, gastos das internações hospitalares, média de permanência das internações e taxa de mortalidade. As análises descritivas foram realizadas com o Software Excel, sendo apresentadas por medidas de frequência absoluta e relativa. Este estudo baseou-se em dados secundários, portanto, não envolveu informações nominais, dispensando a necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme estabelecido na Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Foram registradas 437 internações, sendo 417 por dengue clássica e 20 pela forma hemorrágica. A maioria foi no ano de 2023 (45,08%) e de 2024 (46,68%), entre mulheres (54,00%), na faixa etária de 20 a 39 anos (30,43%) e na cor/raça parda (58,35%). O ano com maior número de óbitos foi 2023 (44,44%), a maior incidência foi no ano de 2024 (42 internações a cada 100 mil habitantes) e a maior letalidade foi no ano de 2022 (17%). Os dados evidenciaram que o valor total das internações por dengue clássico (R$200.731,56) foi maior quando comparado a forma hemorrágica (R$15.775,87) e o valor médio da internação foi maior nas formas hemorrágicas (R$788,79). A média de permanência das internações por dengue clássica (3,2 dias) foi maior e a taxa de mortalidade foi maior nas formas hemorrágicas (15,00%). Evidencia-se um aumento significativo nas internações por dengue, com predominância da forma clássica, especialmente entre mulheres jovens de cor/raça parda. Embora a forma hemorrágica represente uma parcela menor, ela demanda maior custo médio por internação e apresenta uma taxa de mortalidade preocupante. A análise aponta para a necessidade de medidas preventivas e de tratamento mais eficazes, visando reduzir tanto os custos quanto o impacto na saúde pública.

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Publicado

2024-10-17

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