Choque séptico pulmonar por Acinetobacter baumannii multirresistente em imunocomprometido:
relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p62Palavras-chave:
Farmacorresistência múltipla, Bacterium anitratum, Hospedeiro imunossuprimido, Choque TóxicoResumo
O aumento da incidência de infecções causadas por Acinetobacter baumannii (A. baumannii) tem se tornado um desafio para os sistemas de saúde devido à sua alta capacidade de resistência a múltiplos antibióticos e pela dificuldade no manejo medicamentoso. Os quadros acometem principalmente os pacientes em terapia intensiva, sendo a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) a mais comum. As taxas de mortalidade variam entre 40 a 70% na PAV e na corrente sanguínea de 28 a 43%. Apresentamos aqui a descrição e análise da abordagem terapêutica utilizada em um caso de infecção por Acinetobacter baumannii multirresistente em paciente imunossuprimido em uma unidade de terapia intensiva no Norte Fluminense. Paciente masculino, 42 anos, portador de trissomia do cromossomo 21, neuropatia e histórico cirúrgico de hiatoplastia com fundoplicatura gástrica, foi admitido em um serviço de saúde especializado com desconforto respiratório e episódios de febre. Ao exame físico: acordado e lúcido, pupilas isocóricas e fotorreagentes, hidratado, hipocorado (++/4+), eupneico com esforço, febril (38ºC), pressão arterial de 110x80 mmHg, frequência cardíaca de 95 bpm e pulsos simétricos. Aparelho respiratório com murmúrios universalmente audíveis, com roncos de transmissão, saturando 92% em ar ambiente. Os exames complementares realizados demonstraram pequeno derrame pleural bilateral, atelectasia restritiva do parênquima adjacente, pequenos focos de consolidação nos lobos inferiores, espessamento brônquico, pequena hérnia de hiato esofágico e achados compatíveis com infecção do trato urinário. Instituiu-se tratamento empírico com polimixina B e fluconazol, mantido por duas semanas. Fez-se necessária a transferência para UTI e após início da ventilação mecânica, foi iniciado antibioticoterapia empírica com meropenem e linezolida. Os exames de hemocultura e urocultura foram negativos, enquanto a cultura de secreção traqueal confirmou a presença de A. baumannii multirresistente a amicacina, ciprofloxacina, gentamicina, meropenem e piperacilina/tazobactam, sensível à tigeciclina (MIC <=0,5). Após extubação, manteve-se a antibioterapia na enfermaria, acrescido de dieta enteral, dipirona, omeprazol, quetiapina, enoxaparina, fisioterapia motora e respiratória e precaução de contato. A tigeciclina foi considerada como uma opção terapêutica baseada na sensibilidade, porém o tratamento empírico estabelecido foi mantido devido à melhora dos parâmetros avaliados (febre, saturação e desconforto respiratório). A gestão de infecções por A. baumannii multirresistente é desafiadora devido à limitada eficácia dos antibióticos disponíveis. Sendo assim, ressalta-se a necessidade de solicitar o isolamento bacteriano, bem como o teste de sensibilidade para orientar mudanças terapêuticas quando necessário.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Sara Oliveira Maia, Vitor Hugo Silva De Aguiar Ribeiro, Júlia Brasil Barbosa, Luiz Antônio Eckhardt De Pontes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores do manuscrito submetido aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos, representados aqui pelo autor correspondente, concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem sem ônus financeiro aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos o direito de primeira publicação.
Simultaneamente o trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite copiar e redistribuir os trabalhos por qualquer meio ou formato, e também para, tendo como base o seu conteúdo, reutilizar, transformar ou criar, com propósitos legais, até comerciais, desde que citada a fonte.
Os autores não receberão nenhuma retribuição material pelo manuscrito e a Faculdade de Medicina de Campos (FMC) irá disponibilizá-lo on-line no modo Open Access, mediante sistema próprio ou de outros bancos de dados.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta publicação.
Os autores têm permissão e são estimulados a divulgar e distribuir seu trabalho online na versão final (posprint) publicada pelos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos em diferentes fontes de informação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer tempo posterior à primeira publicação do artigo.
A Faculdade de Medicina de Campos poderá efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, contando com a anuência final dos autores.
As opiniões emitidas no manuscrito são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).