O autoexame como estratégia de diminuição da morbidade do câncer de mama
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p25Palavras-chave:
Autoexame, Detecção Precoce de Câncer, Estratégias de Saúde, Neoplasia de Mama, PrognósticoResumo
O câncer de mama é a neoplasia mais comum entre mulheres e o segundo câncer mais frequente globalmente. No Brasil, estima-se que ocorrerão 73.610 novos casos da doença de 2023 a 2025. As estratégias de detecção precoce visam o diagnóstico em fase inicial, tendo como resultado melhor prognóstico e menor morbidade associada ao tratamento. Em países de média e baixa rendas, os cânceres de mama são diagnosticados tardiamente, reduzindo o prognóstico e aumentando a morbidade relacionada ao tratamento. A prática clínica demonstra que o fato da mulher conseguir palpar nódulos de 2 a 3 cm proporcionará a procura médica mais rápida e em estágios menores, diminuindo a morbidade, posto que é possível fazer cirurgias conservadoras que irão impactar significativamente no desfecho. O estudo visa apontar de forma explícita e compreensível o real papel do autoexame no diagnóstico precoce do câncer de mama e diminuição da morbidade. Avaliar se as mulheres que frequentam o ambulatório de mastologia no Hospital Escola Álvaro Alvim, diagnosticadas com câncer de mama, praticavam o autoexame de forma correta e rotineira. Estudo do tipo seccional e documental, exploratório, com dados coletados de prontuários e anamnese de pacientes encaminhadas ao ambulatório de mastologia, do Hospital Escola Álvaro Alvim, da cidade de Campos dos Goytacazes no ano de 2024. Dentre 15 pacientes entrevistadas até o momento, 53% encontram-se na faixa etária entre 61 e 65 anos. Apenas 4 pacientes apresentam história familiar positiva para câncer de mama. Ao serem questionadas sobre a menarca, 50% das pacientes apresentaram aos 13 anos, 14,3% aos 12 anos e 7,1% aos 11 anos. 85,7% das pacientes estão na menopausa, sendo a idade de início prevalente entre os 50-55 anos. Em relação ao autoexame das mamas, 60% das pacientes alegaram que não o fazem. Dentre as 40% que realizam, 50% fazem anualmente e a outra metade mensalmente. 12 pacientes afirmam que não sabem a técnica correta da realização do autoexame das mamas e todas as entrevistadas alegam que o realizam em qualquer período do ciclo menstrual. Todavia, 80% das pacientes que alegam fazer o autoexame relatam que já palparam algum nódulo na mama e procuraram um mastologista devido ao achado. Nos resultados das biopsias, 46,2% são carcinoma ductal invasivo. 23,3% são T2N0M0, 23,3% são T2N1M0 e 7,7% T4N1M1. Em relação a classificação molecular, 53,8% correspondem ao tipo luminal A, 30,8% correspondem ao luminal B. Tendo em vista o tratamento, 53,8% das pacientes fizeram quimioterapia e 63,6% fizeram radioterapia. 30,8% das pacientes foram submetidas a Quadrantectomia com Linfadenectomia e 15,4% a mastectomia com linfadenectomia. DISCUSSÃO: Diante dos resultados expostos, observa-se uma quantidade significativa de mulheres que não realizam o autoexame das mamas como estratégia de detecção precoce para o câncer de mama. Visto que mais da metade das pacientes não sabem a técnica correta e realizam o mesmo em qualquer período do ciclo menstrual. 80% das pacientes procuraram um mastologista devido a achados no autoexame. Podemos observar também os altos índices de cirurgias, visto a evolução e o estadiamento da doença. Apenas 7,7% das entrevistadas não foi necessário intervenção cirúrgica. Conclui-se então a necessidade de enfatizar a importância da prática correta do autoexame, uma vez que isso impacta efetivamente no prognostico, tratamento e qualidade de vida das pacientes.
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