Educação em saúde:
principais dúvidas levantadas por professores da rede municipal de Campos dos Goytacazes quanto à Diabetes Mellitus
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p11Palavras-chave:
Extensão Comunitária, Diabetes Mellitus, Educação em Saúde, Medicina PreventivaResumo
Atualmente, a prevalência de Diabetes Mellitus (DM) no Brasil gira em torno de 9.4%, com tendência de aumento contínuo nos próximos anos. Estuda-se que o desenvolvimento e mortalidade por DM têm forte relação com indicadores sociais e de acesso a serviços de saúde, sendo recorrente entre aqueles com menos de três anos de escolaridade e em estado de maior vulnerabilidade social. A lacuna entre a linguagem técnica do atendimento médico e a compreensão desses pacientes mostra-se um fator para maiores complicações e morbidade consequentes da DM. Nesse cenário, esse projeto de extensão curricular buscou entender e sanar as dúvidas da população em relação ao conhecimento da DM, elucidando questões sobre prevenção, fisiopatologia, diagnóstico, sinais e sintomas, tratamento, mitos, crenças e verdades que permeiam o dia a dia da realidade brasileira. Com a análise das questões mais frequentes, será produzida uma cartilha com abordagem das principais dúvidas para os pacientes do CSEC, a fim de ampliar o processo de conscientização. Para isso, foram realizados encontros com professores da rede pública na Secretaria de Saúde, onde as dúvidas expostas durante o bate-papo foram explicadas por alunos do componente de Iniciação ao Exame Clínico. Os nichos mais abordados foram a relação com fatores emocionais e genéticos, a dieta ideal, os conceitos de pré-diabetes e diabetes gestacional, valores laboratoriais, risco de desenvolvimento em crianças, orientações para a alimentação oferecida nas escolas e para a conscientização de pais e cuidadores quanto à importância de dietas saudáveis. Os professores também questionaram os sintomas e complicações e a diferença entre os tipos 1 e 2 da doença. Posteriormente, foi aplicado o Finnish Diabetes Risk Score, método para estadiar, por meio da anamnese e exame físico, o risco dos professores desenvolverem DM tipo 2 nos próximos 10 anos. Os participantes receberam, via e-mail, o resultado do seu score e aqueles que pontuaram risco muito elevado foram agendados para início do acompanhamento clínico. Foi visto que para além da intelectualidade universitária – indispensável para a boa prática médica –, a importância em saber compartilhar informações de forma acessível para todos é essencial. A maior taxa de morbidade consequente à evolução descontrolada da DM entre grupos de menor escolaridade é um desfecho que pode ser prevenido com a democratização do acesso a informações sobre saúde. A diferença entre o discurso médico e as necessidades dos pacientes é um obstáculo que os impede de desempenharem um papel mais ativo na gestão de sua saúde. Mais do que acesso à saúde, faz-se necessário um modelo de diálogo eficaz com a população, para que ela se torne capacitada e consciente sobre as medidas individuais de manejo de condições clínicas preveníveis e cada vez mais prevalentes.
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