Psoríase palmo-plantar de difícil tratamento:

desafios clínicos em um relato de caso

Autores

  • Maria Fernanda Leal Freitas Amoy Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Alice Duarte Baptista Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Luísa Rodrigues Peres Campos Faculdade de Medicina de Campos – FMC, Campos dos Goytacazes, RJ- Brasil
  • Gustavo Amoy Freitas

DOI:

https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p57

Palavras-chave:

Eritema, Etanercepte, Psoríase

Resumo

A psoríase é uma doença inflamatória crônica mediada pelo sistema imunológico que pode ser classificada de diversas formas, a depender do principal local de acometimento. Sua etiologia ainda não é bem esclarecida, mas sabe-se que a doença é relacionada à predisposição genética. Na psoríase palmo-plantar, as placas escamosas e eritematosas que surgem devido à proliferação acentuada de queratinócitos em mãos e pés despertam incômodo no público afetado, sendo associadas a prurido e comprometimento da qualidade de vida. O seu tratamento é determinado pela severidade, pelas comorbidades e pelo acesso a serviços de saúde, podendo variar desde tratamentos tópicos como corticoides, análogos da vitamina D e fototerapia, até tratamentos sistêmicos. Quanto à severidade da doença, aplica-se na prática médica o escore PASI (Psoriasis Area Severity Index), o qual avalia a gravidade da psoríase e fornece resultado numérico, de 0 a 72. Apresentar manifestações clínicas de psoríase palmo-plantar refratárias a primeiro tratamento em criança e expor novas alternativas para seu manejo. Paciente do sexo masculino, 6 anos, com diagnóstico prévio de psoríase desde os 2 anos e 6 meses, compareceu à clínica de dermatologia com queixas de eritema, descamação, fissuras e dor em palmas das mãos e plantas dos pés. A mãe do paciente relata que o filho apresentava tristeza, vergonha das lesões e desinteresse de frequentar a escola. Na história familiar, ressalta-se que há positividade para psoríase, visto que o pai e a avó paterna da criança possuem a doença. O resultado do PASI foi de 22.20, o que justifica psoríase na sua forma moderada a grave. Foram solicitados exames laboratoriais e o exame PPD teve resultado de 5mm, sendo iniciada Isoniazida por 6 meses. Para o tratamento da psoríase, a escolha inicial foi o retinóide Acitretina 10mg de uso oral por 30 dias, em associação com Propionato de Clobetasol e Vaselina Salicilada a 10% de uso tópico. Em retorno, mediante pouca melhora das lesões, a terapêutica foi modificada para Etanercepte, um imunobiológico disponibilizado pelo SUS para crianças a partir dos 6 anos. O tratamento foi feito por 9 meses e houve redução significativa das lesões, aumento da autoestima do paciente e benefícios nas relações pessoais na escola. A psoríase de difícil tratamento é um importante tópico de abordagem pois a doença afeta não somente a pele do paciente, mas também traz prejuízos em seu psicológico. Com o advento dos imunobiológicos, foi possível observar melhora nas lesões refratárias, resgatar a autoestima do paciente e trazer o bem-estar de volta para sua vida.

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Publicado

2024-10-17

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