O tempo de diagnóstico da hanseníase em correlação com o grau de incapacidade:
uma coorte de 5 anos em Campos dos Goytacazes
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p38Palavras-chave:
Mycobacterium leprae, Doenças negligenciadas, Sequela, BaciloResumo
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de curso crônico, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Possui um maior predomínio em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, sendo um problema de saúde pública no Brasil. Trata- se de uma doença neurodermatológica, uma vez que acomete nervos superficiais e periféricos, resultando em grandes sequelas na doença avançada, podendo ser classificada nos graus zero, I e II de incapacidade. O presente estudo visa esclarecer informações acerca da hanseníase, analisando os fatores sociais em conjunto com os que influenciam na morbimortalidade da doença, como o grau de incapacidade no momento do diagnóstico. Esse é um estudo do tipo coorte retrospectivo, no qual as informações foram provenientes dos prontuários de pacientes atendidos no município de Campos dos Goytacazes. Foram incluídos na pesquisa todos que receberam o diagnóstico no período de 2019 a 2023, e excluídos aqueles não pertencentes a esse grupo. Os dados obtidos foram inseridos no Google Sheets para determinar as prevalências em porcentagem. CAAE 75587723.2.0000.5244. No período de 5 anos foram diagnosticados 159 pacientes que se encaixavam nos critérios de inclusão do estudo. 38,4% dos diagnósticos foram em 2019, com uma redução nos anos seguintes. 95% dos diagnósticos foram realizados em uma mesma unidade de saúde, que se mostrou essencial e relevante para o controle da doença na população. Quanto à idade, a faixa etária mais prevalente foi de 40 a 50 anos. Não houve grandes discrepâncias quanto à etnia, sendo 36,5% raça branca, 32,1% parda e 31,4% preta. 62.7% dos diagnósticos correspondem ao sexo masculino. A escolaridade predominante nos diagnósticos foi 1-4 série incompleta (26.6%). 61.9% dos pacientes apresentaram mais de 5 lesões no diagnóstico. A forma clínica predominante do estudo realizado foi a dimorfa (34%), seguida pela virchowiana (30,2%), tuberculoide (22%), indeterminada (11,3%) e apenas 2,5% não classificados. A classificação operacional prevalente foi multibacilar (67,3%), o que se dá em especial devido às formas clínicas. 67,3% dos pacientes não apresentaram espessamento neural no momento do diagnóstico, 0% dos pacientes apresentaram mais de 3 nervos afetados. Quanto ao grau de incapacidade, 41,5% dos pacientes possuíam grau zero, 24,5% grau I, 20,1% grau II e 13,8% não constavam desta informação. As formas dimorfa e virchowiana foram as mais prevalentes, também relacionadas à forma multibacilar da doença, que significa um período de incubação maior e demanda um tratamento mais longo, essas características também se mostraram mais associadas a um número maior de lesões. A baciloscopia foi positiva em 61% dos casos, negativa em 35,2% e não realizada em 26,4%. Dos 61% positivos, 70% eram na forma clínica virchowiana e 30% dimorfa. Dado o exposto, é de suma importância destacar a relevância do estudo para a compreensão dos padrões da doença na sociedade, associado ao aprimoramento de campanhas e métodos que auxiliam no diagnóstico precoce.
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