Perfil do uso de medicamentos por idosos atendidos no Centro de Saúde Escola (CSEC)
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v22023p31Palavras-chave:
Medicamentos, Idosos, Doença CrônicaResumo
A utilização de vários tipos de medicamentos pela população idosa tem se mostrado um desafio uma vez que os problemas associados vão além das especificidades das doenças para as quais esses fármacos são indicados, especialmente no caso de doenças crônicas que exigem o uso contínuo. Quando não acompanhado ou administrado corretamente, o uso de medicamentos pode representar riscos à saúde dos idosos, desencadeando efeitos adversos. Diante dessa problemática, o objetivo deste estudo foi descrever o perfil de uso de medicamentos por idosos atendidos no Centro de Saúde Escola de Custodópolis (CSEC), situado em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas estruturadas, utilizando um formulário com perguntas fechadas, envolvendo uma amostra de 117 idosos, durante os meses de maio a julho de 2023. Vale destacar que todas as etapas do estudo seguiram os padrões éticos e critérios estabelecidos para a coleta de dados em pesquisas, conforme as recomendações da Resolução 466/2012 da CONEP/MS, e foram iniciadas somente após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Os resultados revelaram que 96% dos idosos entrevistados no CSEC possuem doenças crônicas e fazem uso de medicamentos para o tratamento de suas condições de saúde. Além disso, observou-se que a maioria dos participantes é do gênero feminino, com idades compreendidas entre 60 e 70 anos. Entre os medicamentos mais utilizadas pelos idosos, destacam-se os anti-hipertensivos e os hipoglicemiantes. Os idosos que utilizam anti-hipertensivos e hipoglicemiantes podem enfrentar riscos como hipotensão ortostática e hipoglicemia. Os anti-hipertensivos podem causar tonturas e quedas de pressão ao levantar, enquanto os hipoglicemiantes podem resultar em níveis de açúcar no sangue muito baixos. A combinação de anti-hipertensivos e hipoglicemiantes em idosos pode resultar em interações medicamentosas significativas. Alguns anti-hipertensivos, como os bloqueadores dos receptores de angiotensina II e os inibidores da enzima conversora de angiotensina, podem aumentar o risco de hipoglicemia ao serem usados em conjunto com certos hipoglicemiantes, como as sulfonilureias. Além disso, alguns beta-bloqueadores podem mascarar os sintomas da hipoglicemia, dificultando o reconhecimento dos níveis baixos de açúcar no sangue. Diante disso, é fundamental que os idosos sejam cuidadosamente monitorados para o caso de necessidade de alguma intervenção como ajustar as doses e evitar possíveis interações medicamentosas indesejadas. Essas descobertas evidenciam a necessidade de uma abordagem cuidadosa e individualizada no manejo medicamentoso da população idosa, considerando não apenas as doenças específicas, mas também potenciais interações medicamentosas e efeitos adversos, a fim de promover uma terapia mais segura e eficaz. Portanto, conclui-se que a análise do perfil de uso de medicamentos por idosos é fundamental para o aprimoramento das práticas de saúde e o desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas, visando uma melhor qualidade de vida e bem-estar nessa faixa etária. Sendo assim, o farmacêutico é fundamental na assistência aos idosos, assegurando a segurança e eficácia dos medicamentos, prevenindo riscos à saúde e promovendo uma terapia individualizada e mais segura.
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Copyright (c) 2023 João Batista Thomaz Simião, Carlos Eduardo Faria Ferreira

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