Plantas medicinais:
uma abordagem sobre o uso em crianças
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p44Palavras-chave:
Elementos para Assegurar o Uso Seguro, Plantas medicinais, Chás medicinaisResumo
A utilização de plantas medicinais é uma prática comum para uma parcela significativa da população, passada de geração para geração por influência cultural, social e/ou econômica. Preparos a base de plantas medicinais constituem extração de substâncias químicas para administração e, nesse sentido, demandam uso racional, principalmente, em idosos, gestantes e crianças. O presente trabalho objetivou identificar as espécies vegetais prevalentemente utilizadas em crianças, avaliando seu uso racional, no intuito de evidenciar fragilidades dessa prática e alertar à população e aos profissionais de saúde quanto à importância do uso racional de plantas medicinais. Foi realizado um estudo observacional transversal, com aplicação de questionário. A amostragem, por conveniência, totalizou 100 pessoas, acima de dezoito anos, residente em Campos dos Goytacazes – RJ, responsável por criança. A coleta de dados ocorreu no mês de junho de 2024, na creche Estadual Monteiro Lobato e na escola municipal João Goulart. As variáveis analisadas incluíram: espécies de plantas medicinais, estado da amostra (fresca ou seca), forma de preparo, indicação, idade da criança. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da Faculdade de Medicina de Campos, com parecer nº 6.860.677. 46% dos respondentes afirmaram fazer uso de plantas medicinais em crianças, sendo a maior prevalência de uso identificada em crianças entre um e seis anos de idade (76%). Em 96% das respostas o uso é realizado sem recomendação de um profissional de saúde. Dentre as plantas medicinais mais citadas na administração em crianças estão: a Camomila (39,1%), Cidreira (37,0%), Erva-doce (23,9%), Hortelã (19,6%) e Saião (17,4%), sendo a planta fresca a apresentação mais utilizada e a decocção e xarope caseiro, as formas de preparo mais frequentes, com a mistura de cerca de 3 a 4 plantas na preparação. O uso da Camomila e Cidreira, apontado pelos entrevistados, está relacionada a finalidade de acalmar e, da Hortelã e Erva-doce, com a finalidade digestiva e tratamento de cólica intestinal. Dessas espécies, excetuando o saião (Kalanchoe brasiliensis), todas estão descritas no Formulário de Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (FFFB, 2ª ed.). O FFFB, recomenda o uso da inflorescência da Camomila (Matricaria chamomilla), em preparo extemporâneo por infusão e a indicação depende da fórmula de preparação, incluindo: tratamento sintomático de queixas gastrintestinais leves, de sintomas do resfriado comum, de lesões leves e inflamações da boca e orofaringe e alívio de afecções cutâneas. Todas as fórmulas apresentam advertência quanto a faixa etária, havendo fórmula com recomendação de uso pediátrico acima de 12 anos. A Cidreira (Lippia alba) é indicada para adultos como auxiliar no alívio da ansiedade leve, como antiespasmódico e como antidispéptico, sendo indicado seu preparo por infusão das folhas e flores. A Hortelã (Mentha x piperita), preparada por infusão das folhas, é indicada como auxiliar no alívio de sintomas dispépticos. A depender da fórmula, seu uso é previsto apenas em adultos. As plantas medicinais de administração mais frequente em crianças têm sido utilizadas de forma errada no que tange o preparo, a faixa etária e, em alguns casos, o uso terapêutico. Os responsáveis precisam ser orientados sobre o uso racional de plantas medicinais e os perigos que elas podem representar.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Nathalia de Oliveira Pessanha, Virginia Freitas Rodrigues

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores do manuscrito submetido aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos, representados aqui pelo autor correspondente, concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem sem ônus financeiro aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos o direito de primeira publicação.
Simultaneamente o trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite copiar e redistribuir os trabalhos por qualquer meio ou formato, e também para, tendo como base o seu conteúdo, reutilizar, transformar ou criar, com propósitos legais, até comerciais, desde que citada a fonte.
Os autores não receberão nenhuma retribuição material pelo manuscrito e a Faculdade de Medicina de Campos (FMC) irá disponibilizá-lo on-line no modo Open Access, mediante sistema próprio ou de outros bancos de dados.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta publicação.
Os autores têm permissão e são estimulados a divulgar e distribuir seu trabalho online na versão final (posprint) publicada pelos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos em diferentes fontes de informação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer tempo posterior à primeira publicação do artigo.
A Faculdade de Medicina de Campos poderá efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, contando com a anuência final dos autores.
As opiniões emitidas no manuscrito são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).