Incidência, sazonalidade e perfil clínico e sociodemográfico de glomerulonefrite pós-estreptocócica no período de um ano em Campos dos Goytacazes – RJ
DOI:
https://doi.org/10.29184/anaisscfmc.v32024p48Palavras-chave:
Glomerulonefrite pós estreptocócica, Síndrome nefrítica, Inflamação glomerularResumo
A Glomerulonefrite pós-infecciosa é o processo inflamatório imunomediado dos glomérulos renais, tendo como causa mais frequente na pediatria o Streptococcus β-hemolítico do Grupo A de Lancefield, a Glomerulonefrite pós estreptocócica (GNPE), que resulta na rápida deteriorização da função renal. Pode acometer crianças na faixa etária de 2 a 15 anos de idade, com maior frequência entre 7 e 12 anos. É uma sequela tardia da infecção estreptocócica. O objetivo do presente estudo foi determinar a incidência de GNPE no município de Campos dos Goytacazes em 2024 e analisar os perfis clínico, epidemiológico, sociodemográfico e sazonal dos pacientes acometidos. Foi elaborado um estudo de incidência, observacional, descritivo, transversal e prospectivo, com os dados obtidos nos quatro principais centros de referência pediátrica do município, referente ao ano de 2024. A coleta e o armazenamento dos dados, a partir da análise dos prontuários feita por semana epidemiológica, contêm as descrições para elaboração do estudo: características gerais, clínicas e laboratoriais e o manejo efetuado em cada paciente. O estudo compreende crianças em idade de 2 a 15 anos. No presente cenário a GNPE acometeu 3 crianças e todos os casos ocorreram no mês de junho. O perfil geral foi de crianças pardas, entre 8 a 12 anos, e predomínio do sexo masculino com proporção de 2:1. O impetigo prevaleceu como estreptococcia prévia em detrimento da faringoamigdalite. O perfil clínico de todos os pacientes correspondeu à tríade clássica da Síndrome Nefrítica: hipertensão, edema e hematúria. Outros sintomas, como dispneia, cefaleia e vômitos, apareceram de forma heterogênea. A convulsão hipertensiva foi encontrada em um caso, com prosseguimento para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O tempo de internação variou entre 1 a 10 dias para aqueles internados em enfermaria e ultrapassou 15 dias no caso com complicação. Não houve óbitos. O exame de Urina do tipo 1 foi solicitado em todos os pacientes e corroborou com os achados da Síndrome Nefrítica. Houve ausência na realização de outros exames que contribuíssem com o diagnóstico. A restrição hidrossalina foi suficiente em alguns pacientes e em outros houve a necessidade de diuréticos e anti-hipertensivos. A Penicilina G Benzatina foi utilizada para erradicação da cepa nefritogênica na maioria dos casos. Os pacientes encontrados apenas a partir do início do inverno acompanham o perfil sazonal esperado da doença. A incidência, menor do que o N amostral previsto, acompanha a redução observada nos países desenvolvidos, pelo avanço das medidas de saneamento e higiene básica, junto ao diagnóstico e tratamento mais precoce e eficaz. A tríade clássica da Síndrome Nefrítica, no qual a GNPE é o protótipo, está presente em todos os pacientes. Como relatado, a doença possui prognóstico favorável, mas alguns casos evoluem com complicação. Este é o primeiro estudo que identifica e caracteriza o perfil das crianças acometidas pela GNPE no município de Campos dos Goytacazes. O estudo expõe os perfis clínico e laboratorial dos pacientes e fornece informações para aprofundamento do conhecimento da doença e estratégias de diagnóstico e tratamento precoce, além de fornecer o perfil das complicações, que, apesar de raras, necessitam do manejo rápido e adequado.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 William Rodrigues da Silva, Eliane Cristina Casimiro Alves Dias de Araujo, Mila Queiroga Ramos, Nicolas Martins Gomes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores do manuscrito submetido aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos, representados aqui pelo autor correspondente, concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem sem ônus financeiro aos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos o direito de primeira publicação.
Simultaneamente o trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite copiar e redistribuir os trabalhos por qualquer meio ou formato, e também para, tendo como base o seu conteúdo, reutilizar, transformar ou criar, com propósitos legais, até comerciais, desde que citada a fonte.
Os autores não receberão nenhuma retribuição material pelo manuscrito e a Faculdade de Medicina de Campos (FMC) irá disponibilizá-lo on-line no modo Open Access, mediante sistema próprio ou de outros bancos de dados.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta publicação.
Os autores têm permissão e são estimulados a divulgar e distribuir seu trabalho online na versão final (posprint) publicada pelos Anais da Semana Científica da Faculdade de Medicina de Campos em diferentes fontes de informação (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer tempo posterior à primeira publicação do artigo.
A Faculdade de Medicina de Campos poderá efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, contando com a anuência final dos autores.
As opiniões emitidas no manuscrito são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).